Itamaraty recebe pedido de ajuda de mais de 3 mil brasileiros no Líbano

Atualizado em 1 de outubro de 2024 às 12:31
Moradores do Líbano encaram prédio destruído por Israel. Foto: reprodução

Na última semana, mais de 3 mil brasileiros solicitaram ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) sua retirada do Líbano, país que está sob ataque de mísseis de Israel, que argumenta estar em uma operação militar contra o Hezbollah. A situação se agrava com a escalada dos bombardeios e o crescente temor da comunidade internacional. Esses brasileiros querem deixar o país o mais rápido possível devido aos riscos da guerra.

Segundo o Metrópoles, além dos cidadãos brasileiros, nove servidores do Itamaraty que atuam na embaixada em Beirute solicitaram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a retirada de seus familiares do Líbano. Tradicionalmente, esses funcionários permanecem no país em conflito para auxiliar nas operações de logística e evacuam em momentos posteriores. Outros 11 contratados locais também continuam a trabalhar na embaixada brasileira.

O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) já havia manifestado sua preocupação, citando um “crescente temor” entre os brasileiros residentes no Líbano. Os ataques sionistas, que começaram no dia 23 de setembro, já resultou em mais de mil mortos, incluindo cinco brasileiros.

Em resposta, o presidente Lula (PT) autorizou, na última segunda-feira (30), a realização de uma operação de resgate para repatriar brasileiros.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a operação do governo federal deverá retirar entre 230 a 240 pessoas do Líbano até o final da semana. “Os interessados têm que manifestar um desejo definitivo de vir. Evidentemente, vamos dar prioridade a idosos, mulheres, grávidas, crianças, pessoas doentes ou em situações mais vulneráveis”, explicou Vieira em entrevista durante uma visita oficial ao México.

A brasileira Fatima Boustani foi assassinada por Israel. Foto: reprodução

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty e do Ministério da Defesa, está coordenando os detalhes da operação, que ainda dependem da análise das condições de segurança para o voo de repatriação. O aeroporto de Beirute permanece aberto, e a Força Aérea Brasileira está responsável pelo planejamento da decolagem.

A Embaixada do Brasil no Líbano está em contato constante com a comunidade brasileira no país e com as autoridades locais para viabilizar a operação. Uma nota oficial do Itamaraty detalhou o esforço: “O presidente da República determinou a realização de um voo de repatriação. A data será anunciada nos próximos dias”.

A situação no Líbano ficou mais preocupante após Israel iniciar, no início desta semana, operações terrestres “limitadas e localizadas” contra alvos do Hezbollah no sul do país. Os ataques são apoiados pela aviação e pela artilharia israelenses, e as Forças de Defesa de Israel alertaram os moradores da região para que evacuem 20 municípios próximos à fronteira. “Avisaremos quando for seguro voltar para casa”, diz o comunicado do exército israelense.

Enquanto os ataques de Israel continuam, o Hezbollah também se prepara para uma possível ofensiva terrestre. Em um discurso recente, o número dois da organização, Naim Qassem, anunciou que o Hezbollah nomearia rapidamente um novo líder para substituir Hassan Nasrallah, assassinado na semana passada. Qassem reforçou que o movimento está “preparado” para qualquer nova investida de Israel.

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