O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou uma representação no Ministério Público Estadual contra o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e o comandante da Polícia Militar, Cássio Araújo de Freitas, após uma operação policial em Santos (SP) que resultou na morte de duas vítimas, Ryan Santos, de 4 anos, e Gregory Vasconcelos, de 17 anos, na última terça-feira (5).
Valente acusa as autoridades de permitirem o uso excessivo da força pela polícia, apontando que tais ações têm se tornado cada vez mais frequentes, especialmente em bairros periféricos e áreas de maior vulnerabilidade social.
“As mortes de Gregory Ribeiro Vasconcelos e Ryan da Silva Andrade Santos durante uma operação da Polícia Militar do Estado de São Paulo não podem ser tratadas como um ‘resultado aceitável’ de uma atuação violenta e desmedida”, afirmou o deputado na denúncia.
O deputado também destacou o fato de que os policiais militares envolvidos na ação não estavam usando câmeras corporais, o que impediu uma maior transparência sobre os acontecimentos durante a operação. Para Valente, o caso não é um incidente isolado, mas sim uma consequência de uma estratégia de segurança pública que prioriza o conflito e o uso excessivo da força.
Na representação, Ivan Valente argumenta que a morte de Ryan e Gregory é uma evidência de uma política pública que viola os direitos humanos e tem como alvo as comunidades mais pobres e periféricas do estado. “Esse tipo de ação resulta em mortes e na violação de direitos fundamentais, especialmente nas periferias, onde o policiamento é mais agressivo e frequentemente desproporcional”, disse o parlamentar.
Além disso, a representação menciona que a Polícia Militar dificultou o cortejo fúnebre de Ryan Santos, com menção específica ao Sargento Ailton, identificado como responsável por impedir a cerimônia de sepultamento. O deputado acredita que esse tipo de conduta agrava ainda mais a situação de dor e sofrimento para as famílias das vítimas.
A denúncia de Ivan Valente levanta questões sobre a efetividade e os métodos das operações policiais em áreas de risco. O uso de força excessiva e a ausência de mecanismos de fiscalização, como as câmeras corporais, são apontados como fatores que contribuem para a escalada de violência e abusos cometidos pelas forças de segurança.
O caso gerou indignação entre ativistas dos direitos humanos e moradores das periferias, que veem nas operações da Polícia Militar uma prática comum de repressão e violência, sem a devida responsabilização dos envolvidos.
Com a representação no Ministério Público, o deputado espera que sejam tomadas as devidas providências para investigar as circunstâncias das mortes de Ryan e Gregory, e responsabilizar os responsáveis pela ação violenta da polícia.
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