Trabalhadores sem terra integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) foram surpreendidos na manhã de hoje (18) por ataques a tiros contra os carros em que estavam, em Rosana. Eles fazem parte do grupo que ocupou áreas devolutas naquele município e também em Sandovalina e Marabá Paulista, na região do Pontal do Paranapanema. Ao todo são mais de 400 pessoas.
Segundo integrantes do movimento,os veículos onde as famílias estavam foram alvejados por fazendeiros e funcionários das fazendas. Além de atirarem, enviaram maquinários agrícolas para atingir os veículos e ainda arremessaram objetos contra eles.
Os sem terra deram início hoje ao chamado “Carnaval Vermelho”, que consiste na ocupação de áreas públicas em todo o país. A previsão é que, até o fim de fevereiro, sejam feitas mais de 100 ocupações em todo o Brasil.
O grupo reivindica a destinação de áreas devolutas para a criação de assentamentos da reforma agrária. Terras devolutas são terras públicas, sem destinação pelo poder público, e que também não integraram o patrimônio de um particular.
Segundo lideranças da FNL, há na região do Pontal pelo menos cinco mil famílias cadastradas no Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Elas estão aptas a receber um lote em os mais de 300 mil hectares de terras devolutas.
“A gente está na esperança de que a nova direção do Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) tome as medidas cabíveis. E que acelere o assentamento dessas famílias. Sabemos que o Pontal do Paranapanema é um ponto de referência no Brasil, é a capital da reforma agrária, e que já são mais de 10 mil famílias assentadas. Temos condições de assentar mais 10 mil famílias também”, disse ao G1 Presidente Prudente o assessor da FNL, William Henrique da Silva Santos.
A deputada estadual Márcia Lia, líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), acionou o secretário de Governo Gilberto Kassab, da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). E também o diretor executivo do Itesp, Guilherme Piai Fillizola. A procuradora-geral do Estado, Inês Maria dos Santos Coimbra e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).
Para a líder do PT, é preciso punir e coibir à violência e buscar o diálogo para alcançar justiça social com distribuição de terras aos trabalhadores rurais.
Publicado originalmente por Rede Brasil Atual.