Por Fernando Brito
Com pouco destaque na mídia, ainda, mas repercutindo forte nas redes sociais, o encontro e a possível adesão de André Janones a candidatura de Lula (ou, ao menos, uma “parceria de campanha”) é o assunto do dia, hoje.
Na verdade, um movimento esperável, não só pelas inteligentes manifestações do candidato do Avante, em suas últimas falas, inclusive na longa entrevista à Globonews, três dias atrás.
Está sendo um “baile” de como fazer política com educação e respeito, porque Lula (com índice de intenção de voto 47 vezes maior que o deputado mineiro) dá a ele a palavra e a iniciativa, conservando para si apenas a concordância com o que é dito e a manifestação da disposição de conversar, acertar o passo e um “unir forças” que é muito mais elegante do que um “vem me apoiar”, o qual a chamada “Terceira Via” jamais soube superar.
A turma do Ciro está espumando de raiva porque, afinal, Janones poderia ser um “fato novo”, ainda em pequena escala, em uma campanha que vai de mal a pior, sem jamais ter decolado.
Janones, por sua vez, que era uma “surpresa” fadada a desaparecer diante do plebiscito em que vão se tornando as eleições, com o jeito de “mineirinho” que é, constrói uma saída para continuar no palco principal.
E tem arsenal para isso, com seus quase 12 milhões de seguidores nas redes sociais.
Para Lula, é muito mais que o 1% de votos que Janones possa, eventualmente, lhe transferir, mas pela fixação do conceito ao qual, há muito tempo, definiu para esta campanha: o de mostrar que é o único que pode construir uma frente ampla o suficiente para derrotar de maneira convincente a maré fascista que dominou o Brasil.
Política, para um estadista, é assim: não é um projeto ou um “gosto” pessoal, é fazer de maneira digna o que é necessário para o país.