Jean Wyllys pode ter sido espionado pela Abin paralela de Bolsonaro, diz PF

Atualizado em 25 de janeiro de 2024 às 12:02
Jean Wyllys, ex-deputado federal. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (25), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar suspeitas de monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob direção de Alexandre Ramagem (PL-RJ), durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A lista de mais de 30 mil alvos inclui políticos, servidores públicos e adversários do ex-presidente.

Entre os supostos monitorados pela Abin, está o nome do ex-deputado Jean Wyllys, cujos passos teriam sido rastreados pela ferramenta First Mile. Essa ferramenta permitia acompanhar a localização de um indivíduo a partir do número de telefone registrado no programa.

A colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, revelou que o jornalista Glenn Greenwald e seu falecido marido, o deputado federal David Miranda, que substituiu Wyllys na Câmara, também foram alvos desse monitoramento.

Outro caso que chama atenção é o de Hugo Ferreira Netto Loss, ex-coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama. Loss, servidor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, teria liderado operações contra garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia durante a gestão de Bolsonaro e foi exonerado do cargo em abril de 2020.

Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ministros do STF. Foto: Nelson Antoine/Folhapress

Entre as outras autoridades supostamente monitoradas ilegalmente pela Abin estão os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e o atual ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará.

deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin no período de julho de 2019 a março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos da operação autorizada por Moraes. A operação, denominada “Vigilância Aproximada”, inclui 21 mandados de busca e apreensão, sendo 18 em Brasília (DF), um em Juiz de Fora (MG), um em São João del Rei (MG) e um no Rio de Janeiro.

Policiais federais também são alvo da investigação, suspeitos de integrar a organização criminosa que teria usado a Abin para realizar o monitoramento ilegal da geolocalização de dispositivos móveis de diversas autoridades, incluindo servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes.

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