Morto neste domingo, 31, no Rio de Janeiro, o empresário João Paulo Diniz, filho de Abílio Diniz, sempre cultivou a discrição, mas ficou famoso nacionalmente por conta de uma tragédia.
Ele saiu para correr, voltou e foi encontrado pela família no banheiro, já sem vida. A causa da morte ainda não foi confirmada. A hipótese é infarto ou aneurisma. Tinha 58 anos.
Em 2001, numa viagem a Maresias, litoral de São Paulo, o helicóptero no qual ele estava caiu no mar. Na ocasião, morreram o piloto e a então namorada de João Paulo, a modelo Fernanda Vogel. Ele e o copiloto do helicóptero nadaram até a praia.
João Paulo foi acusado de ter abandonado Fernanda. Ele contou os detalhes do caso à Veja e ao Jornal Nacional.
“Em determinado momento, chamei por Fernanda e não ouvi resposta. Voltei para pegá-la mesmo assim, mas não havia ninguém. De repente a Fernanda respondeu, mas o som vinha de outra direção. A escuridão era total. Nadei rumo ao som, mas não a encontrei. Eu gritava: Fernanda, Fernanda! Nadei por dez minutos em círculo. Resolvi então nadar até à praia em busca de ajuda”, contou.
Num dos últimos diálogos que o casal manteve durante o trajeto, Fernanda teria reclamado que estava muito cansada. Ele afirmou, ao Jornal Nacional, que voltou duas vezes para buscá-la, mas na segunda não achou a modelo. O helicóptero caiu a cerca de 5 quilômetros da costa.
O delegado Odair Bruzos, responsável pelo inquérito, solicitou o interrogatório da mãe da modelo Fernanda Vogel, que morreu no acidente. A comissária de bordo Myriam Vogel foi ouvida em Itaboraí, no Rio de Janeiro, onde morava.
Bruzos quer saberia de Myriam detalhes do relacionamento de Fernanda com João Paulo. O laudo da necropsia mostrou que Fernanda Vogel morreu afogada, provavelmente no mesmo dia em que o helicóptero do Pão de Açúcar caiu em Maresias.
O legista informou que o corpo da modelo estava em boas condições e sem escoriações, apenas inchado por ter ficado vários dias no mar. Foi reconhecido pelo primo de Fernanda, Henrique, e pelo administrador de empresa Maurício Costa Ramos, amigo de João Paulo.
Três anos depois, o inquérito foi arquivado e ninguém foi responsabilizado pelo acidente.