O primeiro turno das eleições municipais em São Paulo, realizado no último domingo (6), alterou a dinâmica de poder entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na maior cidade do país.

Pablo Marçal (PRTB) conseguiu surpreender ao vencer em zonas tradicionalmente bolsonaristas, superando o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que contava com o apoio oficial de Bolsonaro. Isso indica que a influência do ex-capitão não foi tão determinante para a escolha dos eleitores quanto se imaginava.

O ex-coach venceu em 14 das 23 zonas eleitorais onde Bolsonaro havia sido o mais votado no segundo turno da eleição presidencial de 2022. Entre as áreas conquistadas estão bairros como Tucuruvi, Santana, Jaçanã e Vila Maria, na Zona Norte, além de Tatuapé e Vila Prudente, na Zona Leste.

Já Nunes, que busca a reeleição e enfrentará Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, marcado para 27 de outubro, saiu vitorioso em apenas 8 dessas zonas dominadas por eleitores bolsonaristas.

Apesar do apoio de Bolsonaro não ter sido decisivo em algumas regiões, Nunes obteve vitórias em áreas associadas a Lula. Ele conseguiu conquistar a maioria dos votos em zonas da Zona Sul, onde Lula havia sido o mais votado em 2022, incluindo Parelheiros, Capela do Socorro e Grajaú – locais que são redutos eleitorais de Nunes desde seus tempos como vereador.

Boulos, por sua vez, manteve a força da esquerda em partes da cidade, vencendo em 19 das 35 zonas onde o petista havia conquistado a maioria dos votos nas últimas eleições. Durante a disputa presidencial de 2022, São Paulo estava dividida em 58 zonas eleitorais, com Lula vencendo em 35 e Bolsonaro em 23.

Vale destacar que, com a reformulação realizada pela Justiça Eleitoral neste ano, a cidade passou a ter 57 zonas eleitorais. Marçal e Boulos terminaram empatados, conquistando 20 zonas cada um. Já Ricardo Nunes, apesar de liderar o 1º turno, foi o que menos venceu nesse quesito, ficando à frente em 17 zonas.

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