Joias: militares reforçam acusações contra Bolsonaro e o complicam ainda mais

Atualizado em 11 de julho de 2024 às 15:07
O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens, e do general Lourena Cid. Foto: Reprodução/PF

Em depoimento à Polícia Federal, militares próximos ao ex-presidente ou que atuaram como assessores reforçaram as acusações no inquérito das joias. Eles confirmaram informações sobre a venda dos itens desviados em suas oitivas e detalharam a operação para recuperar os itens.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi quem mais contribuiu com os detalhes do esquema. Ele fechou um acordo de delação com a PF e relatou que em dezembro de 2022 recebeu uma mala com esculturas e joias, e uma solicitação para que os itens fossem vendidos.

Ele ainda contou que viajou de Miami para Nova York, nos Estados Unidos, para levar joias para a loja Fortuna Auction e promover a venda das peças do “kit ouro rosé” em um leilão online. No depoimento, Cid ainda disse que o ex-presidente tinha ciência sobre a negociação.

O general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, também fez diversas revelações à PF e contou que o filho solicitou que recebesse em sua conta bancária no país valores decorrentes da venda dos itens desviados.

O “kit ouro rosé” desviado por Jair Bolsonaro e auxiliares. Foto: Reprodução

Ele ainda contou que os valores foram repassados em espécie e de forma fracionada ao ex-presidente. Lourena Cid contou que recebeu US$ 68 mil (cerca de R$ 370 mil) da venda de relógios desviados por Bolsonaro.

O coronel Marcelo Câmara e o capitão Osmar Crivelatti, assessores de Bolsonaro, também foram citados por Mauro Cid em sua oitiva como membros da operação para recuperar os bens. O segundo confirmou à PF que transportou joias e relatou que o “kit ouro rosé” foi entregue na residência onde estava o ex-presidente na cidade de Kissimmee, na Flórida.

Crivelatti também confirmou que recebeu um kit de esculturas douradas e que nenhum dos itens foi registrado no acervo privado de Bolsonaro.

Com os depoimentos dos militares e as provas obtidas durante a apuração, a PF indiciou o ex-presidente por associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (apropriação de bem público). Se condenado pelos crimes, Bolsonaro pode pegar entre 10 e 32 anos de cadeia.

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