“Joias” que Michelle Bolsonaro escondeu sob a cama são bijuteria, diz Itamaraty

Atualizado em 4 de setembro de 2023 às 16:52
Michelle Bolsonaro sentada, de roupa preta
Michelle Bolsonaro em Londres no ano passado – Reprodução

O Itamaraty confirmou que os objetos encontrados sob a cama usada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, na embaixada do Brasil em Londres, não eram joias raras, pois, na verdade, eram bijuterias. A descoberta foi feita durante uma viagem oficial do casal à Inglaterra, em setembro de 2022, e causou polêmica após ser revelada pelo portal Metrópoles.

Segundo o Itamaraty, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a caixa de papelão encontrada continha três compartimentos com dois colares e um par de brincos de bijuteria da marca Marré Infinito. O peso total dos objetos era de aproximadamente 200g. A marca mineira é conhecida por vender semijoias de luxo, com pedras naturais e swarovski.

A polêmica surgiu após a revelação de que a caixa com os objetos foi trazida ao Brasil por um militar da Ajudância de Ordens, responsável por preparar a chegada do presidente em seu destino. O conteúdo foi entregue no Palácio da Alvorada para uma assessora de Michelle Bolsonaro no dia 21 de setembro. Dois dias antes, ex-ajudantes de Bolsonaro trocaram e-mails sobre as joias: “em 18/09, uma caixa de papelão, contendo joias da PD (primeira-dama), foi esquecida embaixo da cama do quarto do PR (presidente da República), na residência do embaixador do Brasil em Londres”, escreveram.

E-mail trocado entre bolsonaristas indica que as joias eram de Michelle. Foto: Reprodução

Em resposta ao caso, a assessoria de Michelle Bolsonaro alegou que a caixa não pertencia à primeira-dama e que teria sido trazida ao Brasil por engano. Segundo a assessoria, o objeto era, na verdade, “um adereço de pescoço, aparentemente de fabricação artesanal”, que seria presente de um anônimo para o então príncipe Charles e foi devolvido à embaixada.

O Itamaraty informou que, após a devolução, o objeto foi enviado novamente para a embaixada do Brasil em Londres no dia 29 de setembro e chegou ao local em 5 de outubro. Ainda informado pela assessoria, “os itens foram recebidos em um momento de luto nacional, não houve ocasião para sua entrega oficial”.

A equipe de Michelle Bolsonaro argumentou que houve um equívoco no relato dos ajudantes de ordens e que as bijuterias teriam sido entregues por uma pessoa na multidão durante a passagem do ex-casal presidencial por um local em Londres. A dinâmica acelerada das comitivas impossibilitou o repasse do presente à realeza.

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