O jornal alemão Junge Welt dedicou sua manchete e uma longa reportagem nessa segunda-feira (31) para destacar os protestos ocorridos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O DCM traduziu alguns trechos:
No Brasil, o ar está ficando cada vez mais rarefeito para o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. Pelo menos quando se trata das dezenas de milhares de pessoas que conquistaram as ruas do país sul-americano no sábado no maior protesto desde o início da pandemia.
Em mais de 200 cidades, entre outras coisas, foi exigido o impeachment do fascista, que é principalmente acusado de administrar ou não administrar a crise da coroa.
No país do presidente, que minimizou a pandemia desde o início e teve eventos em sua “homenagem” realizados sem qualquer medida de proteção, mais de 460.000 pessoas morreram em conexão com o coronavírus de uma população total de cerca de 211 milhões.
Ao contrário do apelo por mais vacinas contra o coronavírus (9,6 por cento dos brasileiros já foram vacinados duas vezes), Bolsonaro agora questiona publicamente o propósito da vacinação.
Durante as manifestações, foram vistos sinais descrevendo as ações de Bolsonaro como “genocídio” – uma indicação de que a pandemia está afetando principalmente os pobres e os afro-brasileiros.
Organizações de esquerda e movimentos estudantis convocaram os protestos.
Antes dos comícios, eles distribuíram máscaras de proteção e gel desinfetante e instaram os manifestantes a respeitarem as regras de distância.
Cerca de 10.000 pessoas atenderam ao apelo somente no Rio de Janeiro, e houve mais manifestações nas metrópoles de Belo Horizonte, Salvador e na capital Brasília.
Em São Paulo, o chefe do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, justificou os protestos diante de 80 mil pessoas: “Ninguém quer ir para as ruas em meio a uma pandemia. Bolsonaro não nos deixa escolha. ”Eles estão aqui para defender suas vidas. Isso não podia esperar até a eleição presidencial do próximo ano.