Jornalismo impresso dá mais sinais de esgotamento. Por JE Mendonça

Atualizado em 30 de setembro de 2016 às 14:53

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O Telegraph Media Group fala em seu novo relatório anual sobre como os donos de veículos impressos têm hoje “um papel menos certo” por causa da “competição da proliferação de conteúdo digital grátis e o crescente papel de plataformas digitais de grande escala na distribuição e agregação de conteúdo”, particularmente em celulares.

O relatório prossegue: “A receita da mídia impressa tradicional continuará a ser difícil de replicar online, com os publishers de conteúdo digital enfrentando desafios do uso crescente de tecnologia de bloqueio de anúncios, pressão sobre os rendimento da publicidade digital e a competição intensa de plataformas digitais de grande escala”.

Outras empresas de mídia, como News Corporation e Guardian Media Group, advertiram em meses recentes sobre a ameaça de Facebook e Google para as receitas de publicidade e a pluralidade da mídia. News Corp, Telegraph, Trinity Mirror e Daily Mail vem conversando sobre a possibilidade de venderem publicidade juntos no Reino Unido para ganhar escala em suas negociações com as agências.

A receita de publicidade da mídia impressa britânica despencou mais de 10% na primeira metade deste ano, relata o CampaignLive.

A luta para melhorar anúncios interativos

O bloqueio de anúncios online é uma séria ameaça às empresa do setor. Assim, elas resolveram formar uma aliança, a Coalizão de Melhores Anúncios, anunciada este mês em uma conferência na Alemanha.

Os membros fundadores incluem Google, Facebook, Associação Nacional de Anunciante dos EUA, The Washinton Post, o GroupM e o Interactive Advertising Bureau.

O que o consórcio Better Ads pretende é monitorar a qualidade de publicidade online usando tecnologia desenvolvida pelo Tech Lab do Bureau. Ele vai criar padrões baseados em dados extraídos do sistema, assim como a resposta dos consumidores e anunciantes.

É uma reação a um número assustador, diz a Adweek. Os consumidores americanos irão baixar 34% mais bloqueadores de anúncios este ano do que em 2015, diz o Renote

Exposição em mídia social modifica comportamento na adolescência

Constrangimento e vergonha. Segundo a psicóloga Jennifer Powell-Lunder, são os sentimentos mais difíceis de lidar para qualquer um. Especialmente quando se vive em uma cultura digital, onde tudo está à mostra.

“Quando vivemos em um mundo onde se está sempre conectado, isto vai atacar sua auto-estima, não importa quem você seja, mas as garotas são particularmente vulneráveis”, disse ela à CBS NY.

Os anos de pré-adolescência e adolescência podem estar repletos de momentos que intensificam estes sentimentos. Foram experimentados desde o começo dos tempos, mas são impiedosamente magnificados pela mídia social, porque agora não há onde se esconder.

Hoje é comum que status de relações sejam de conhecimento público, e que a popularidade seja definida por seguidores, curtidas ou retweets. As métricas que sempre foram essenciais para determinar a sensação do eu estão em uma vitrine e sujeitos a julgamentos. O pessoal se tornou público, e isto é psicologicamente perigoso para jovens pelo modo como seus cérebros se desenvolvem.

“Os adolescentes são conhecidos por sua ilusão de invulnerabilidade, o que significa acreditar que coisas ruins apenas acontecem para os outros. É por isso que adotam comportamentos de alto risco, e a mídia social encoraja que se exprimam de formas que não fariam antes”, diz Powell-Lunder.

“Pré-adolescentes admiram adolescentes, adolescentes admiram adultos. São nossos modelos, e queremos ser como eles, e as pessoas que estão desenvolvendo mídias sociais e apps estão muito conscientes disso. É um mercado imenso e eles têm uma audiência muito sequiosa, e assim estão sempre um passo à frente”.

O desenvolvimento de pensamento abstrato pode também amplificar a importância do sucesso social através da medida de seguidores e curtidas online. Mas a psicóloga diz que isto apenas intensifica nos anos de adolescência quando a mídia social pode ser usada para expressar opiniões, criar grupos e se conectar com amigos.

Interagir online, porém, não é a mesma coisa que interagir face a face. Isto porque há uma tela envolvida, que muitas vezes torna muito mais fácil dizer algo que doa, falar com alguém novo ou postar uma foto reveladora. “É como colocar um muro. Isola suas emoções, Não é real, e se não é real, pode-se fazer qualquer coisa,” afirma ela.

Jovens andam mais interessados em Gmail que Snapchat e Google

Apesar da enorme popularidade das redes sociais entre adolescentes, mais respondentes relataram estar usando Gmail que Snapchat ou Facebook, revela uma pesquisa feita em junho de 2016. O único site mais usado que o Gmail foi o YouTube, o que não é de surpreender, dada a variedade de conteúdo e seu número de influenciadores.

A National Cyber Security Alliance e a Microsoft pesquisaram 804 adolescentes dos 13 aos 17 anos sobre suas atividades digitais. O YouTube foi o site mais popular de longe – usado por mais de nove entre dez deles.

Outra pesquisa confirma a popularidade do YouTube entre usuários mais jovens da internet. As estrelas do YouTube têm influência muito maior em suas intenções de compra do que estrelas da TV ou do cinema.

O GMail vem em segundo lugar. Três quartos dos adolescentes disseram que usaram o app de email mais do que sites e apps sociais, incluindo Snapchat, Instagram e Facebook.

Ainda assim, adolescentes são usuários ativos de mídia social. Este ano, 17.5 milhões de usuários de mídia social entre 12 e 17 anos usarão uma rede social pelo menos uma vez por mês, estima o eMarketer. Este número deverá chegar a 18.2 milhões em 2020.