Jornalismo que não reage aos canalhas é vítima deles. Por Fernando Brito

Atualizado em 12 de fevereiro de 2020 às 11:11
Hans River. Foto: Reprodução/YouTube

Publicado originalmente no blog Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

É inaceitável que, sob a cobertura do filho hamburgueiro do presidente, o que um ex-empregado de empresa de disparo de whatsapp, que atende pelo nome de Hans-River Rios do Nascimento, fez na CPI das Fake News no Congresso.

A Folha transcreve:

“Quando eu cheguei na Folha de S.Paulo, quando ela [repórter] escutou a negativa, o destrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu?”, disse Hans.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, aproveitou a fala de Hans para fazer insinuações contra a repórter da Folha, tanto no Congresso como em suas redes sociais.
“Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Eduardo.

A ofensa aos profissionais de imprensa, como se vê, é característica familiar.

Que os órgãos de imprensa têm aceito sem sair, senão por declarações vazias, em defesa de seus profissionais.

Nada a ver com o enfrentamento político dos veículos de mídia, politizados e politiqueiros.

Mas tudo a ver com um presidente de “dá bananas” nas entrevistas – ou arremedo delas – que se faz diariamente à saída do Alvorada.