Jornalista encurralado por Zambelli: achei que intenção era me prender e matar

Atualizado em 29 de outubro de 2022 às 21:31
O jornalista Luan Araújo – Foto: Reprodução

O jornalista Luan Araújo, encurralado e ameaçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) com uma arma, disse que a intenção da simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus “capangas” era matá-lo ou prendê-lo. Com informações da Folha e do Uol. Ele nega qualquer agressão física.

Após uma discussão, a apoiadora do chefe do Executivo sacou uma arma no meio da rua e perseguiu o jornalista. É possível ver que antes de sacar a arma, Zambelli e seu grupo discutem Luan por causa da eleição presidencial, e são xingados por ele. A briga se intensificou quando ele disse “te amo, espanhola”, em uma referência à fala do senador e presidente da CPI da Covid Omar Aziz (PSD-AM).

O jornalista destaca que depois de alguns instantes, Zambelli perdeu a cabeça, caiu sozinha e começou a persegui-lo com arma em punho. Um homem que a acompanha chega a atirar. “Eu fiquei realmente assustado e comecei a sair correndo porque eu comecei a temer não ser preso, porque eles não são policiais, mas pela minha vida”, diz ele. “Eu ouvi um tiro e não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando perto. E saí correndo do bar. Eles tentaram me colocar no chão, como se fossem policiais mesmo.”

De acordo com informações da Folha, quando entraram no bar, a deputada pediu que o jornalista deitasse no chão e pedisse desculpas. “Eu falei: ‘você não é policial, eu não vou ficar no chão para você’. Aí começou um bate-boca muito grande e ela disse que ia chamar a polícia”, diz.

“O susto que eu passei hoje foi enorme. Eu pensei na minha mãe, que é sozinha. Eu sou preto, eu sou periférico, da zona leste de São Paulo. Eu pensei muito na minha namorada. Eu pensei muito na minha vida e eu acho que a gente está em uma situação extrema, não é uma situação normal. Não é uma situação saudável.”

“Fui eu como um cidadão negro que discuti com ela. Não foi ninguém, não foi PT. Fui eu, um cidadão comum”, afirmou Araújo.

O jornalista disse que vai fazer um boletim de ocorrência. Além disso, após a confusão, Luan relatou que Zambelli pediu para ele gravar um vídeo pedindo desculpas pelo ocorrido, o que também foi recusado.

Trata-se do segundo incidente recente com armas envolvendo aliados de Bolsonaro. No domingo (23), o ex-deputado Roberto Jefferson resistiu à prisão com tiros de fuzil e granadas contra agentes da Polícia Federal. Ele encontra-se preso desde então.

Veja o momento da confusão:

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