Jornalistas de Mato Grosso serão recebidos em Brasília, nesta sexta-feira (1), pelo secretário nacional de Justiça, Jean Uema, onde denunciarão a existência de uma “Polícia paralela” montada pelo governo de Mato Grosso para assediar judicialmente jornalistas e opositores políticos.
Entre as denúncias, estão a abertura de inquéritos contra 17 jornalistas que adotam postura crítica em relação ao governo. No início do mês, três jornalistas foram alvos de busca e apreensão que foram autorizadas pela Justiça após a Polícia Civil instaurar inquérito por crimes de calúnia, ameaça e associação criminosas contra dois jornalistas que reproduziram reportagens de sites nacionais e escreveram artigos de opinião.
Os jornalistas que tiveram os celulares e computadores apreendidos contam com apoio de 11 entidades de defesa da liberdade de imprensa como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Repórteres Sem Fronteiras e Instituto Vladimir Herzog.
Os jornalistas também vão pedir que a Polícia Federal investigue a compra e o uso de um aparelho espião israelense adquirido com dispensa de licitação pelo governo de Mato Grosso em maio de 2022, meses antes da reeleição do governador Mauro Mendes.
O equipamento é o mesmo que está sendo investigado pela Polícia Federal na “Abin paralela” de Bolsonaro.