O ex-ministro e ex-deputado José Dirceu acredita que os militares foram coniventes com a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Em seu artigo de estreia no site Congresso em Foco, publicado neste sábado (6), o ex-presidente nacional do PT cobra a responsabilização das Forças Armadas e de seus comandantes.
“O caminho para a construção do golpe de 8 de janeiro começou com o suporte das Forças Armadas ao golpe jurídico-parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff e foi pavimentado pelo apoio dos militares à eleição de Jair Bolsonaro em 2018, pela forte presença em seu governo autoritário e negacionista, e pela conivência dos chefes militares com os acampamentos em frente aos quartéis pós-eleição de Lula”, diz Dirceu no texto.
Um dos conselheiros mais próximos de Lula no primeiro mandato, Dirceu considera que os atos golpistas são uma consequência natural do ciclo aberto com a volta dos militares à política brasileira.
“O ovo da serpente manteve-se preservado dentro da instituição militar uma vez que os militares não foram julgados e responsabilizados nem pelo golpe de 1964, nem pelos crimes e violações dos direitos humanos cometidos em nome do Estado durante a ditadura por eles comandada”, acrescentou.
Para ele, os comandantes das Forças Armadas incentivaram os atos golpistas ao se calarem diante das manifestações em frente aos quartéis-generais que pediam intervenção militar e a destituição do presidente Lula.
“A verdade histórica é que se pregou e se tentou um golpe de Estado sob a inspiração e direção de Jair Bolsonaro. Todos os responsáveis, independentemente de sua origem e status, devem ser processados. E, os que forem condenados, devem ser impedidos de participar da vida política do país”, afirmou José Dirceu.
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