Juiz do Tribunal de Justiça de Goiás, em sentença, afirmou que “se relacionar com putas” não é mais um fato que gera “boa reputação”. Em decisão publicada na última segunda (27), Thiago Brandão Boghi também atacou Jean Wyllys, a Globo e o PSOL.
“Um homem se relacionar com ‘putas’ era considerado fato de boa reputação, do qual o sujeito que praticava fazia questão de se gabar e contar para todos os amigos”, diz no documento.
No caso em questão, um homem registrou queixa-crime contra uma mulher que o acusou de uso de drogas e “estar com putas”. Ele lamenta que, em sua juventude, um homem “era enaltecido por isso, tornando-se ‘o cara da galera'”. “Lamentável como os tempos mudaram! Agora virou ofensa! Tempos sombrios”, escreve.
No caso julgado, o autor do processo acusou a ré de calúnia, injúria e difamação, segundo a Folha. Ela teria o acusado de estar “com puta, cheirando pó e usando droga” com um amigo. Boghi decidiu em favor da ré, alegando que os fatos não constituem crimes.
“Esses dizeres se deram num contexto em que a querelada, namorada de um primo do querelante que estava com ele no local, supostamente fazendo uso de drogas e se relacionando com ‘putas’, deu um ‘flagra’ no namorado e contou para a amiga, namorada do querelante”, diz.
Na sentença, ele ainda diz que estar com prostitutas não configura injúria, uma vez que um projeto de lei regulamentou a profissão. Boghi diz que o projeto foi “apresentado pelo ex-deputado federal Jean Wylis —o queridinho da Globo— pelo todo-poderoso PSOL, o queridinho do STF”.
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Juiz já citou Bolsonaro em decisão
Em 2017, Boghi negou direito a réu citando Jair Bolsonaro, à época deputado. Em pedido para progressão ao regime aberto feito por detento condenado por roubo, ele escreveu: “Parafraseando o presidenciável Jair Bolsonaro, era só o apenado não roubar, que não iria para o presídio”.
Ele também já virou notícia por determinar a prisão de dois militantes do MST. Valdir Misnerovicz e Luiz Batista Borges foram presos por um colegiado formado com base na Lei de Organização Criminosa. O caso ocorreu um ano antes, em 2016.