O falecido ministro do STF Teori Zavascki observou certa vez que “o princípio da imparcialidade pressupõe uma série de outros pré-requisitos” para um juiz.
“Supõe, por exemplo, que seja discreto, que tenha prudência, que não se deixe contaminar pelos holofotes e se manifeste no processo depois de ouvir as duas partes”.
Enquanto o Brasil assiste ao esfacelamento das instituições numa briga de foice no escuro entre o STF e a Lava Jato, selfies de Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, viralizam.
Um dia após ele autorizar a prisão preventiva de Michel Temer e Moreira Franco, imagens do físico privilegiado de Bretas publicadas em seu Instagram ganharam a internet.
Numa foto recente, ele aparece ao lado de um sujeito. Na legenda, escreveu: “Missão cumprida por hoje, certo professor?”
Certo.
A academia Bodytech aparece em alguns dos retratos de Bretas, num merchã involuntário.
Um dos donos é o empresário Alexandre Accioly, apontado como operador de um esquema de corrupção de Aécio Neves, seu velho camarada.
Em depoimento à PF, Henrique Serrado do Prado Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht, contou que Aécio recebeu R$ 50 milhões em troca de apoio ao consórcio com a Andrade Gutierrez que disputou o leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
O dinheiro teria sido depositado numa conta secreta em Cingapura em nome de Accioly.
Luciano Huck é um dos sócios da rede. Outros parceiros visíveis eram João Paulo Diniz e o técnico Bernardinho.
Accioly tem casa em Angra dos Reis, anda de helicóptero, usa Rolex, janta nos melhores restaurantes e tem como clientes de sua academia gente como Gracyanne Barbosa, Sabrina Sato, Bruno Covas, Fernanda Paes Leme e Marcelo Bretas.