O Brasil fez escola no quesito “juiz e procurador com relações pessoais a julgar um ex-presidente do campo progressista acusado de corrupção em licitações envolvendo obras públicas”.
A bola da vez é a Argentina. Nesta segunda-feira, o procurador federal argentino Diego Luciani pediu pena de 12 anos de prisão para a ex-presidenta Christina Kirchner por suposto esquema.
“Esta é provavelmente a maior manobra de corrupção já conhecida no país, disse o procurador, ao apresentar a denúncia em transmissão pela Internet, nos moldes do que foi o espetáculo midiático do powerpoint de Dallagnol.
Christina Kirchner defende-se dizendo haver uma perseguição judicial contra ela e uma das justificativas dadas pela ex-mandatária argentina é a ligação entre Luciani, o Dallagnol portenho e Rodrigo Giménez, juiz do caso.
Fotos divulgadas pelo jornal argentino Pagina 12 e postadas no Twitter por Christina mostram Luciani e Giménez jogando futebol na casa de campo de Maurício Macri, principal rival político de Christina Kirchner.
Basicamente, seria como se Deltan Dallagnol e Sergio Moro jogassem futebol na casa de Aécio Neves e depois fossem indiciar e julgar, respectivamente, acusações de corrupção contra Lula ou Dilma.
Quem também está na foto desse time de futebol de fim de semana é o cunhado de Macri, um dos candidatos da coligação Juntos pela Mudança, coalisão formada por partidos de direita e oposicionistas do atual presidente Alberto Fernández, de quem Cristina Kirchner é vice.