Nos Estados Unidos, a Justiça proferiu a sentença mais severa relacionada à invasão do seu Congresso, ocorrida em janeiro de 2021.
Enrique Tarrio, o líder da milícia de extrema-direita Proud Boys, foi condenado a uma pena de 22 anos de prisão pelo maior atentado à democracia americana. Ele já estava sob custódia desde 2022.
Enrique Tarrio, ausente em Washington no dia 6 de janeiro de 2021 devido à sua prisão dois dias antes e à ordem judicial de deixar a capital americana, dirigiu-se a Baltimore, uma cidade próxima, onde coordenou as ações dos apoiadores de Donald Trump através de uma sala de bate-papo online.
Após a invasão do Congresso, ele celebrou: “Não se enganem. Nós conseguimos.”
Os promotores do Departamento de Justiça apresentaram centenas de evidências que demonstraram que Tarrio ajudou a planejar e liderar o ataque com o objetivo de interromper a transição pacífica de poder nos Estados Unidos, alegando que ele estava incitando uma guerra civil para manter Donald Trump no cargo.
A defesa negou que Tarrio tivesse a intenção de derrubar o governo dos EUA e argumentou que as palavras do ex-presidente Donald Trump haviam instigado a multidão a invadir o Capitólio.
Na audiência realizada nesta terça-feira (5), o juiz agravou a condenação de Tarrio ao adicionar a acusação de terrorismo. Em maio, ele já havia sido condenado por conspiração para derrubar o governo americano, além de outros nove crimes.
Esta é a maior investigação da história do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Mais de 1,1 mil pessoas foram acusadas de cometer algum delito relacionado ao 6 de janeiro, incluindo o ex-presidente Donald Trump, que se tornou réu em agosto, sob a acusação de conspiração para alterar o resultado da eleição de 2020.
Até o momento, quase 800 pessoas foram condenadas, e mais de 600 tiveram suas sentenças determinadas.
Quase 400 foram condenadas à prisão por atentar contra a democracia americana. O ex-procurador federal e professor da Universidade Notre Dame, Jimmy Gurule, destacou a importância da responsabilização para a preservação da democracia.