A Suprema Corte do Reino Unido rejeitou, nesta segunda-feira (14), a apelação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, contra sua extradição para os Estados Unidos. O jornalista de 50 anos pediu ao tribunal que o permitisse contestar uma decisão de dezembro de 2021 que liberou sua extradição.
No entanto, a Suprema Corte confirmou hoje que negou o pedido de apelação de Assange. Agora caberá a Priti Patel, secretária de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, autorizar ou não a extradição, de acordo com o WikiLeaks. O pedido foi negado pois o recurso apresentado pela defesa não levantou “uma questão de direito discutível”.
Assange é procurado nos Estados Unidos por uma suposta conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional. O WikiLeaks vazou centenas de milhares de documentos relacionados às guerras do Afeganistão e do Iraque.
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Decisão favorável a Assange foi contestada
As autoridades norte-americanas contestaram a decisão de janeiro da então juíza distrital Vanessa Baraitser de que o jornalista não deveria ser enviado aos EUA. Ela citou um risco real e “opressivo” de suicídio. O revés para Assange ocorre apenas um dia depois que sua noiva anunciou que os dois vão se casar na prisão.
Stella Moris, 38, deve se casar com Assange na prisão de Belmarsh, sudeste de Londres, em 23 de março, poucas semanas antes do terceiro aniversário de sua dramática prisão, quando ele foi arrastado para fora da embaixada equatoriana em Washignton em abril de 2019.
O ativista está no presídio de alta segurança desde então. Ele sempre negou irregularidades e ganhou apoio para seu caso de organizações de direitos humanos e grupos de jornalistas em todo o mundo.
O que acontece agora com Assange?
O fundador do WikiLeaks ainda pode recorrer à Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH). Esse, no entanto, é um último recurso, por isso seria necessário esperar até que todas as outras opções se esgotassem.
Segundo a campanha Don’t Extradite Assange, parece mais provável do que nunca que ele seja enviado aos EUA. Ainda pode levar mais alguns meses até Priti Patel assinar a extradição. Depois, o ativista teria mais um ano para apelar à Suprema Corte e outro para apelar à CEDH.
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