Renan dos Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), teve cerca de R$ 100 mil em fundos de investimento penhorados por conta de uma condenação por ofender o jornalista José Roberto Burnier, da TV Globo. O ataque ocorreu em 2015, durante os movimentos pelo golpe da então presidente Dilma Rousseff.
Na ocasião, Renan criticou a cobertura da imprensa sobre os atos contra a petista e chamou o jornalista de “canalha” nas redes sociais. A página do MBL também fez uma montagem que retrata Burnier como uma prostituta que oferece seus serviços para Dilma.
As publicações também chamam o jornalista de “esquerdista global de joelhos para o PT”. Burnier processou o MBL e afirmou que os posts tinham como objetivo intimidá-lo. Para o comunicador, Renan não se conformava com seu comportamento neutro diante da notícia e queria que ele gerasse engajamento ao assunto.
O membro do MBL, em sua defesa, alegou que não fez nenhuma ofensa contra o jornalista e que apenas exerceu “seu direito constitucional de livre exercício do pensamento e de crítica”. Ele ainda alegou que a palavra “canalha” seria sinônimo de “esperto, astuto e velhaco” e que não é uma ofensa.
Renan ainda disse não ter sido o responsável pela montagem, argumentou que sequer sabia da sua publicação e defendeu que a imagem é “uma charge de humor que não configura abuso do direito de crítica”. Mesmo assim, ele foi condenado pela Justiça em 2020 a pagar indenização de R$ 20 mil.
Ele não pode mais recorrer da decisão, mas ainda há um questionamento na Justiça em relação à atualização dos valores, que incluem juros e correção monetária. O jornalista argumentou que o membro do MBL deveria pagar R$ 75 mil, valor que considera juros, correção monetária e os honorários advocatícios.
Renan nega os cálculos de Burnier e apresentou um recurso contra o valor na Justiça, que ainda não foi julgado. A penhora do valor foi determinada pelo juiz Caio Mascariello Rodrigues, no último dia 18, para garantir o pagamento enquanto ocorrem as discussões sobre o montante.