O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Saleme) foi contratado pela Fundação Saúde, vinculada ao governo estadual, para realizar mais de 1,7 milhão de exames em 18 unidades da rede pública ao longo de quase dois anos, conforme levantamento do Globo.
A empresa foi fechada após seis pacientes transplantados terem sido infectados com HIV devido a erros na sorologia. A Polícia Civil do Rio de Janeiro deu início, nesta segunda-feira (14), à Operação Verum, e quatro funcionários tiveram a prisão decretada.
A PCS Saleme firmou três contratos com o estado, sendo que dois deles, voltados para quatro UPAs e o Hospital Estadual Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, já foram concluídos. Esses contratos foram assinados no ano passado e tinham duração de 180 dias cada.
O maior contrato, por sua vez, abrangia 13 unidades, como o Hospital Estadual Carlos Chagas e a Central Estadual de Transplantes. A expectativa era de realizar 85 mil exames por mês, totalizando mais de um milhão em um ano.
Desse total, cerca de 15 mil exames eram de HIV, incluindo testes rápidos de HIV1 e HIV2, além de triagens e exames de anticorpos anti-HIV, como o Elisa.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que a PCS Saleme “não presta mais serviços para a rede estadual” e que será feita uma contratação emergencial. O contrato investigado era no valor de R$ 11,5 milhões, mas o novo prestador de serviços receberá R$ 70 milhões por um ano, um aumento significativo.
Antes da descoberta do problema, a área técnica da Fundação Saúde já estava preparando uma licitação de R$ 70 milhões, com a justificativa de que seria necessário aumentar em quatro vezes o número de exames nas unidades. Também havia a possibilidade de um aditivo no contrato do PCS Saleme para ampliar o número de análises, o que resultaria em um pagamento adicional à empresa.