O falso laudo divulgado pelo empresário Pablo Marçal (PRTB) para prejudicar a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) provocou uma onda de críticas em grupos de WhatsApp, conforme análise da consultoria Palver. Embora em menor proporção, houve também postagens impulsionando o material forjado.
Os dois candidatos já eram os principais nomes de interesse nos grupos públicos monitorados pela Palver durante a reta final da campanha. Com o episódio fabricado por Marçal, as menções ao influenciador e ao psolista dispararam neste sábado (5).
Em relação aos demais dias dessa fase final, Marçal teve um salto significativo no nível de citação, passando de um patamar de interesse de 210 para quase 700 no sábado. No caso de Boulos, o nível de interesse praticamente quadruplicou, saindo de valores em torno de 100 a 150 e chegando perto de 500.
Parte das mensagens críticas a Marçal continha evidências de que o laudo era falso, e, na noite de sábado, também foi divulgado o resultado da perícia policial que confirmou a falsidade do documento.
Outro conteúdo compartilhado nos grupos foi um vídeo da médica Aline Souza, filha do médico cuja assinatura aparece no laudo falso divulgado por Marçal. Ela afirma que seu pai nunca trabalhou na clínica mencionada no documento.
Apesar das evidências, algumas mensagens continuam sustentando a teoria de que Marçal estaria sendo perseguido por se opor ao “sistema”, alegando não haver provas suficientes para afirmar que o laudo seja falso. Além disso, o conteúdo que relaciona o laudo a falas de Boulos a favor da descriminalização das drogas também foi amplamente compartilhado.
A reação da direita se mostra dividida nas redes. De acordo com a Palver, alguns grupos sugerem que Marçal teria divulgado o laudo para “ajudar a esquerda”. Há ainda mensagens com Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que tem tido embates públicos com Marçal, associando o influenciador à liberação das drogas.
Outras mensagens apontam que, se o laudo é falso, isso prejudicaria o próprio Marçal, alegando que ele teria dado “munição pra esquerda”, favorecendo a candidatura de Boulos para o segundo turno.