Neste 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, o historiador Laurentino Gomes lembrou do episódio que ocorreu há 132 anos: “o imperador Pedro II escapou por pouco de ser morto diante de um pelotão de fuzilamento por sugestão do avô de FHC, alferes Joaquim Inácio Batista Cardoso”.
Autor do livro “1889”, ele lembra que o imperador foi “salvo pela intervenção tenente-coronel Benjamin Constant”. Pelo Twitter, Laurentino Gomes publicou trecho de capítulo do livro em que conta o episódio.
https://twitter.com/laurentinogomes/status/1460187278668611589?s=20
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Leia trecho do livro de Laurentino Gomes
Às 11 horas da noite de Seis de novembro de 1889, um grupo de militares se reuniu na casa do tenente-coronel Benjamin Constant, professor de Matemática da Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. O objetivo era tratar dos preparativos para a derrubada da monarquia.
Entre eles estava o alferes Joaquim Inácio Batista Cardoso, avô do presidente Fernando Henrique Cardoso. Na conversa, todos se manifestaram de acordo com o uso das armas para depor o governo monárquico. Combinou-se um plano para agitar os quartéis e estocar armamento para o golpe.
A certa altura, Benjamin Constant mostrou-se preocupado com o destino do imperador Pedro II:
– O que devemos fazer do nosso imperador?, perguntou.
– Exila-se, propôs o avô de FHC.
– Mas e se ele resistir?, insistiu Benjamin.
– Fuzila-se!, sentenciou Joaquim Inácio.
Benjamin assustou-se com tamanho sangue frio:
– Oh, o senhor é um sanguinário! Ao contrário, devemos rodeá-lo de todas as garantias e considerações, porque é um nosso patrício muito digno.
Para sorte de Pedro II, no dia 15 de Novembro haveria de prevalecer a posição de Benjamin. Em vez de fuzilado, como queria o alferes Joaquim Inácio, o imperador seria despachado para o exílio.
(Trechos do capítulo “O golpe” do meu livro “1889”)
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