Lava Jato: Moro e coordenador do Prerrogativas discutem no WhatsApp após afastamento de Appio

Atualizado em 23 de maio de 2023 às 12:02
O advogado Marco Aurelio de Carvalho e o senador Sergio Moro – Foto: Reprodução

O senador Sergio Moro (União-PR) e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, tiveram uma discussão em um grupo de WhatsApp após o Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) afastar o juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba.

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o “bate-boca” ocorreu no grupo Pensadores da Justiça. O grupo reúne pessoas ligadas ao meio jurídico, a exemplo do procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente da OAB, Beto Simonetti, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, entre outros.

Durante a madrugada desta terça-feira (23), o ex-juiz compartilhou a decisão do TRF-4 que afastou Appio. Marco Aurélio, por sua vez, respondeu Moro dizendo que “se realmente houver motivos, o afastamento é muito bem-vindo”.

“Mas em se tratando de um tribunal [TRF-4] que até o presente momento foi conivente, omisso e cúmplice com o maior número de irregularidades da história do nosso sistema de Justiça, a cautela é a melhor recomendação. Sempre é bom prestigiar o benefício da dúvida”, escreveu Carvalho.

O advogado Marco Aurelio de Carvalho e o senador Sergio Moro – Foto: Reprodução

Moro, no entanto, compartilhou uma notícia sobre a gravação de um suposto “trote” passado por Eduardo Appio no filho do ex-relator da Lava Jato no tribunal Marcelo Malucelli, no qual ele fingia ser um funcionário da Justiça Federal.

Em seguida, o coordenador do grupo Prerrogativas rebateu Moro novamente: “Este tribunal não é muito católico, não é mesmo? Costumava aplicar regras e entendimentos muito particulares. Acho cedo para comemorar. O mundo não gira, capota”.

O ex-juiz retrucou dizendo que “ninguém está comemorando infortúnio alheio, mas suas declarações ofensivas ao tribunal”. Carvalho, com ironia, convidou o senador para um debate público e sugeriu que o deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) fosse o mediador. “Creio que ele terá, em breve, tempo de sobra”, alfinetou.

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