O juiz Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, pediu à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (28), a abertura de um inquérito “urgente” sobre as acusações do advogado Rodrigo Tacla Duran contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
O ofício de Appio, que assumiu recentemente os processos da Lava Jato, foi encaminhado ao superintendente da PF no Paraná, Rivaldo Venâncio.
“Encaminho a Vossa Excelência cópia da ata da referida audiência (notícia-crime) para fins de instauração urgente de inquérito policial visando a apuração da prática, em tese, de crime de extorsão (alegadamente agentes públicos federais)”, escreveu o juiz.
Ele também encaminhou o caso ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, já que Moro e Dallagnol têm direito ao foro por prerrogativa de função.
Tacla Duran diz ter sofrido tentativas de ‘extorsão’ na Operação Lava Jato em troca de facilidades para clientes. Ele afirma que passou a ser ‘perseguido’ por não compactuar com o que chamou de uma prática ‘comercial corriqueira’. As acusações foram feitas na última segunda-feira (27) durante uma audiência virtual.
Ex-juiz da Lava Jato, Moro já disse que “não teme qualquer investigação” e chamou as acusações de “calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade”.
Deltan Dallagnol, que foi coordenador da operação, disse que Tacla Duran é um “mentiroso compulsivo, criminoso confesso e lavador de dinheiro profissional”.
Tacla Duran teve a prisão decretada por Moro no auge da Lava Jato, mas nunca foi preso porque há anos vive na Espanha. Ele chegou a ter o nome incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol. Agora foi incluído no programa de proteção a testemunhas por Eduardo Appio.