Publicado na Rede Brasil Atual:
Para o analista político Francisco Fonseca, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), a Operação Lava Jato precisa ser encerrada, em nome da própria democracia. Após as últimas revelações trazidas pela Vaza Jato, de que os procuradores teriam ignorado delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) que envolveriam até o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP), ele diz que não é possível separar o joio do trigo em relação às ações da República de Curitiba.
“O joio e o trigo estão de tal maneira misturados que a operação tem que ser encerrada. Se o Brasil quiser ser minimamente democrático, a Lava Jato precisa ser encerrada. E todos que participaram desse conluio criminoso precisam ser processados e expulsos dessas corporações. Mais ainda, precisam ser presos. Sergio Moro e Deltan Dallagnol são criminosos. Não tem conversa. Cometeram crime de lesa-pátria. Entregaram o Brasil”, disse Fonseca, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabanãs e Glauco Faria para o Jornal Brasil Atual desta terça-feira (10).
A teia montada por procuradores e setores do Judiciário atenderia a interesses estrangeiros para desmontar a Petrobras e as empresas do setor de infraestrutura do país. “Não é teoria, é pura conspiração.”
Agonia
Segundo o professor, a nova denúncia da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inclui o seu irmão Frei Chico, demonstram que a operação encontra-se em sua fase de “agonia”, desesperada para produzir um novo “fato político” para se contrapor à maré de ilegalidades que vem sendo revelada pela Vaza Jato. Outra ação que revela desespero foi a tentativa de transferir Lula para um presídio comum no interior paulista. Ele destaca que essas ações hoje são repudiadas pela comunidade jurídica internacional.
“Toda a comunidade jurídica internacional entende a Lava Jato como um estado de exceção, totalmente incabível numa democracia”, afirmou Fonseca. Ele também ressaltou que Lula é o principal preso político no mundo hoje, ecoando declaração do intelectual norte-americano Noam Chomsky. Francisco diz que não haverá democracia no país enquanto o ex-presidente Lula não for libertado, e que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome providências em relação à Lava Jato, aos procuradores do MPF em Curitiba e ao agora ministro de Bolsonaro, Sergio Moro.