As mensagens da Operação Spoofing, que resultaram no escândalo da Vaza Jato, revelam novos indícios de ilegalidades cometidas pelos investigadores da Operação Lava Jato. Com informações da coluna Radar, da revista Veja.
Diálogos descobertos por advogados, que tiveram acesso ao material, mostram que a força-tarefa de Curitiba criou uma plataforma clandestina, chamada “Sisdelatio”, para centralizar arquivos de delações, incluindo termos de depoimentos e anexos com provas de corroboração — envolvendo tanto acordos fechados quanto em andamento e até mesmo não formalizados.
Em uma das mensagens, Deltan Dallagnol, então chefe da força-tarefa paranaense, oferece a plataforma aos colegas da força-tarefa do Rio de Janeiro, que aceitaram compartilhar provas informalmente.
“Colegas do RJ, temos um super sistema em que colocamos todos os termos de delação e anexos, inclusive de acordos não fechados. Vcs querem se integrar ao sistema? Podemos unificar nossas bases e vcs terem acesso integral tb, que tal?”, sugeriu Dallagnol.
Esse material estava disponível para consulta tanto pelos investigadores da força-tarefa do Paraná quanto pelos do Rio de Janeiro. O uso da plataforma deve motivar uma nova onda de ações contra a Lava Jato, já que as provas colhidas por meio dessa ferramenta eram, em muitos casos, ilegais — os investigadores não poderiam utilizar o conteúdo de acordos não assinados, nem compartilhar provas dessa forma.
“Colegas do GT, não sei se todos sabem, mas o sisdelatio tem também os anexos de acordos não fechados, que não devem ser usados para iniciar investigações, embora possam ser consultados, até para avaliar se a relevância mudou em face de novas informações…”, escreveu Dallagnol.