Já estou preparada para comentários como: “faltou assunto?” ou “não sei nem quem são”, mas certamente a maioria das mulheres concordará que é necessário falar sobre a traição feminina, que virou assunto depois que a cantora Lexa foi acusada de trair o então marido, o também cantor MC Guimê.
As pessoas esquecem muito rapidamente dos erros de homens assediadores e/ou infiéis.
Guimê é os dois: durante a última edição do Big Brother Brasil, o rapper assediou uma colega de confinamento mesmo sabendo que estava sendo filmado e acabou expulso do programa.
À época, ele era casado com Lexa.
Com fama de corna mansa, ela perdoou o marido e ainda cumpriu o triste papel de defendê-lo na mídia. Agora, quando a acusação recai sobre a mulher, o queridão pede divórcio.
Como a maioria dos homens infiéis, Guimê não aceita receber o troco na mesma moeda. Além de pedir a separação, ele tem a pachorra de mandar indiretas para a ex nas redes sociais.
Já sabemos que quando homens traem são sumariamente perdoados, como já foi dito.
Mas e a infidelidade feminina? É sempre rechaçada, ainda que não haja provas.
Assim como Lexa, Luísa Sonza (a mais recente chifruda nas manchetes de fofoca) foi condenada por uma traição que sequer foi comprovada.
Já Guimê, que traiu em rede nacional, não enfrentou qualquer consequência além da justa expulsão do BBB. Não se falou sobre isso sequer uma semana inteira.
A verdade é que a traição masculina só é tão facilmente perdoada porque os homens costumam se unir numa verdadeira rede de auto indulgência. Traidores recebem apoio de outros homens publicamente e sempre – sempre! – fica por isso mesmo.
Agora, quando Lexa está sendo acusada de algo que nem se sabe se de fato aconteceu, é condenada na internet.
Onde estamos nós, mulheres, enquanto essa injustiça acontece?
Devemos, assim como eles, eufemizar a traição feminina. Não porque trair deixa de ser errado independente do sexo, mas porque é urgente equiparar a condenação das mulheres à (inexistente) condenação dos homens.
Espero, embora duvide muito, que quando a cantora se pronunciar seja tão defendida quanto Neymar, por exemplo, que trai a namorada grávida como quem troca de cueca.
Toda a minha solidariedade e apoio a Lexa neste momento de linchamento virtual, e, mulheres: posicionem-se. Eu não espero menos de vocês.