O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) Renan Santos, reconheceu em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o grupo perdeu relevância. Após um de seus principais líderes, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), ter dito que criminalizar o nazismo é um erro e áudios sexistas do ex-deputado Arthur do Val (União Brasil) vazarem, o movimento entrou na berlinda e deixou ser relevante.
“A gente sofreu cancelamentos de proporções de celebridades. Foi um baque gigantesco”, diz Renan Santos à Folha. “Tentaram acabar com a gente de todas as formas e a gente está de pé.”
Ele nega que o movimento seja misógino e diz que tentará ser mais precavido no futuro. “O problema é que o MBL não se leva a sério, e a nossa linguagem passa por isso. A gente não veste tanto o gravitas, o rigor de linguagem, estético, das posições que a gente ocupa. A gente faz isso intencionalmente, é uma forma de se aproximar das pessoas. A gente não foi precavido o suficiente”, afirmou.
“O MBL sempre foi um movimento politicamente incorreto, e as nossas críticas e nossos ataques são duros e grosseiros de forma muito democrática, com homem e mulher. A gente tem uma igualdade de gênero na hora das ofensas que é fabulosa”, disse.
O grupo pretende atualizar sua ideologia liberal, principalmente com a pandemia da Covid-19. Renan afirmou que quer se afastar da Faria Lima e se unir mais ao país. O movimento quer viajar o Brasil no próximo ano. “Mão invisível não vacina ninguém”, disse.
Desta vez, o MBL não pretende apoiar nenhum candidato a presidente e vai se concentrar em suas candidaturas ao Legislativo. Recomendar o voto nulo é uma possibilidade.
“Lula e Bolsonaro cancelam e destroem reputações com a mesma intensidade”, disse o coordenador ao jornal.