Luciano Cavalcante, o ex-assessor do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), alvo da Operação Hefesto da Polícia Federal, deflagrada na quinta-feira (1), trabalha na liderança do PP na Casa. Com informações do Estadão.
Por sua função no partido, Luciano recebe cerca de R$ 14,7 mil de salário. Ele foi indicado para ser assistente técnico no setor em março de 2017, quando o próprio Lira era líder do PP.
Cavalcante atualmente é presidente do diretório alagoano do União Brasil. À época da nomeação, o cargo foi entendido como reforço do poder de Lira para as próximas eleições no estado, com quem o alvo da PF, também conhecido como “Luciano Atalaia”, tem um longo histórico de relacionamento.
Antes de alçar à presidência do diretório do União, Luciano chegou a ser nomeado para a liderança do Progressistas (PP) na Câmara, quando o cargo era exercido por Lira, hoje presidente da Casa. Ele também foi servidor comissionado do escritório de apoio do então senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira.
Em 2016, Ferreira concorreu como vice-prefeito de Atalaia (AL) pelo PP, na chapa com Zé do Pedrinho (PSDB-AL). Eles terminaram em segundo lugar, com 35,45% dos votos. Nas redes sociais, Cavalcante passou grande parte do tempo republicando conteúdos postados pelo deputado federal.
Cavalcante é investigado por suposta participação em crimes relacionados a licitações fraudulentas de equipamentos de robótica para 43 municípios em Alagoas, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
No centro das suspeitas está a empresa Megalic LTDA, que segundo a PF, foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios de Alagoas. Em abril, após descontos, Luciano ganhou quase R$11 mil pelas funções desempenhadas na Câmara. Ele trabalha por lá desde 2017.
De acordo com reportagem realizada pelo Estadão, o grupo de deputados mais próximos a Lira viu na ação da PF um movimento que pode interessar a adversários políticos no Estado e até mesmo ao Palácio do Planalto, que trava uma queda de braço contra o presidente.
Para não se indispor com o governo e com a PF, os aliados apontam, sob reserva, alguns fatos recentes que indicariam movimentos para fragilizá-lo. Lira segurou o quanto pôde a votação da MP dos Ministério, que no entanto, acabou sendo aprovada em cima da hora, no último dia de vigência.