Lideranças do PT temem que Lula não dispute Presidência em 2026; entenda

Atualizado em 31 de outubro de 2024 às 11:34
O presidente Lula (PT): o petista pode optar por não disputar um novo mandato Foto: reprodução

A possibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não concorrer à reeleição em 2026 já está em pauta entre líderes do PT, conforme reportado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

O partido avalia que o chefe do Executivo pode optar por não disputar um novo mandato caso sua popularidade e a aprovação de seu governo não ofereçam a segurança necessária para uma campanha tranquila.

Dados recentes do Datafolha mostram que 35% dos eleitores avaliam a gestão de Lula como “ótima” ou “boa”, enquanto 30% a consideram “regular” e 33% a classificam como “ruim” ou “péssima”.

Outro levantamento, da Quaest, aponta que 51% aprovam o governo, enquanto 45% desaprovam. Já o relatório Latam Pulse, conduzido pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg e divulgado nesta quarta-feira (30), indica que 60% dos brasileiros têm uma visão positiva do presidente.

Para uma reeleição segura, a base de apoio precisaria crescer significativamente nos próximos dois anos, observam as lideranças do partido.

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Lula e a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, durante convenção partidária em São Bernardo do Campo. Foto: reprodução

Existe um temor de que, ao chegar em 2026, Lula opte por encerrar sua trajetória política com a vitória de 2022, evitando o risco de uma derrota em uma possível última campanha presidencial. Com quase 85 anos em 2030, uma nova disputa seria improvável.

Ainda assim, é esperado que a pressão para que ele dispute seja intensa, mesmo com o risco de derrota. O PT e o espectro mais amplo da esquerda sofrem de uma “lulodependência”, pois não há outra figura que consiga atrair um eleitorado tão amplo quanto o ex-presidente.

Caso Lula realmente decida não concorrer, o PT e seus aliados podem enfrentar uma perda expressiva de cadeiras no Congresso, enquanto a Presidência da República corre o risco de ficar nas mãos da direita por várias décadas, segundo apontam as lideranças do partido.