Diversos grupos muçulmanos e árabes-americanos manifestaram intenção de reter apoio financeiro e eleitoral ao presidente Joe Biden nas eleições de 2024, caso ele não intervenha pela paz em Gaza.
Lideranças do Conselho Democrático Muçulmano Nacional, composto por influentes membros do Partido Democrata de estados decisivos como Michigan, Ohio e Pensilvânia, exortaram Biden a mobilizar sua influência com Israel visando um cessar-fogo imediato.
Esses líderes, por meio de uma carta aberta nomeada “Ultimato do Cessar-Fogo 2023”, prometeram mobilizar eleitores a negar apoio a qualquer candidato que endosse a ofensiva israelense contra palestinos. O comunicado ressalta o papel significativo do governo Biden, através de financiamento e fornecimento de armas, na continuação da violência.
Segundo dados da Emgage, cerca de 1,1 milhão de muçulmanos votaram em 2020. Desses, 64% apoiaram Biden, enquanto 35% optaram por Donald Trump. O Arab American Institute indica que o apoio a Biden entre árabes-americanos tem declinado.
A administração Biden não comentou essas declarações, mas tem procurado dialogar com líderes da comunidade muçulmana. Na última quinta-feira, o presidente encontrou-se com representantes muçulmanos. Embora ele tenha se manifestado contra antissemitismo e islamofobia, líderes muçulmanos demandam o fim do conflito.
Jaylani Hussein, do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) em Minnesota, pessoalmente declarou que se oporia a Biden em 2024 se o presidente não intervir pelo cessar-fogo.
Apesar da pressão, Biden defendeu o direito de Israel à defesa, mas instou à proteção de civis palestinos em Gaza. Desde 7 de outubro, ataques israelenses resultaram na morte de mais de 8.500 palestinos, incluindo 3.542 crianças.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, negou possibilidade de cessar-fogo. Enquanto isso, Rashida Tlaib, legisladora palestina-americana de Michigan, criticou publicamente o apoio de Biden a Israel, sinalizando oposição em 2024.