Um negócio fechado presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com uma família do interior de Alagoas dá força às suspeitas da Polícia Federal (PF) que envolvem pagamentos de despesas pessoais do parlamentar por seu assessor, Luciano Cavalcante.
Papéis apreendidos pela PF durante a Operação Hefesto indicam que Cavalcante, o mesmo assessor apontado como integrante do esquema de desvio de dinheiro, administrava um caixa usado para custear contas do presidente da Câmara. Nos documentos, havia uma série de valores relacionados ao nome “Arthur”.
Entre os documentos encontrados com Wanderson de Jesus, o motorista, havia uma folha manuscrita na qual um casal do município de São Sebastião, a 120 quilômetros de Maceió, em Alagoas, declara ter recebido R$ 40 mil como pagamento por uma área com cerca de 50 mil metros quadrados.
De acordo com o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, Maria José Pacheco, filha de Manoel Pacheco, o homem que assina o tal recibo, confirmou que o pai vendeu a área a Arthur Lira e que o pagamento foi feito “em dinheiro”. Segundo ela, a transação ocorreu há cerca de dois anos.
“O Arthur comprou, sim, uma terra do meu pai. Pagou R$ 40 mil”, disse. Ela também foi questionada sobre como foi feito o pagamento. “Pagou à vista. Em dinheiro”, respondeu.
Vale destacar que a área comprada pelo parlamentar fica próxima a uma fazenda da qual ele já era dono. Em sua prestação de bens à Justiça Eleitoral, o senador diz ter recebido “metade da fazenda Pedras” por doação feita por seu pai, o ex-senador Benedito de Lira.