POR BRUNO VERSOLATO
A desfaçatez do Planalto em se fazer de morto na guerra entre Centrão e evangélicos azedou os ânimos da bancada da Bíblia. Bolsonaro sabe que parte dos votos para a reeleição veio dos templos. Por outro lado, ele depende do Centrão para se manter de pé.
O Palácio do Planalto tenta se manter isento na discussão sobre a legalização do jogo de azar no Brasil. A estratégia do governo Bolsonaro tem sido a de deixar a discussão correr solta e ver Centrão e evangélicos se pegarem pelo projeto que pretende liberar até o jogo do bicho no País.
Enquanto o Centrão se apega a números para dizer que a medida irá beneficiar a economia e gerar empregos, a bancada da Bíblia diz que o vício em jogos destrói famílias e é contrário a valores que eles defendem.
O problema é que o distanciamento do governo Bolsonaro do tema vai até a página 2 da história. A verdade é que o Planalto tem um lado que deixa boa parte dos aliados bastante irritada com a posição adotada até agora.
Esse lado responde pelo nome de Flávio Bolsonaro.
O filho 01 do Presidente da República viajou em janeiro do ano passado em janeiro do ano passado a Las Vegas juntamente com uma comitiva do Senado.
No mesmo voo estavam o então presidente da Embratur, Gilson Machado – hoje ministro do Turismo -, o senador Irajá Abreu, autor de projeto para a liberação de cassinos, e o deputado Hélio Lopes.
O voo saiu de Guarulhos dia 23 de janeiro e levava também o malandro Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos. A viagem foi paga com dinheiro do Senado e foi pedida por Flávio Bolsonaro e autorizada em dezembro de 2019.
A comitiva se encontrou com o magnata dos cassinos nos EUA, Sheldon Adelson, morto esse ano. Adelson era um dos principais patrocinadores da pauta aqui no Brasil.