“Não quero ficar disputando voto religioso”, diz Lula

Atualizado em 19 de agosto de 2022 às 20:37
Lula e Geraldo Alckmin falam sobre evitar guerra santa
Foto: CNN

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (19) que não faz parte de sua cultura política “estabelecer qualquer princípio de guerra santa”.

“Não quero ficar disputando voto religioso porque acho que não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa numa política”, disse o candidato à presidência pelo PT.

O candidato afirma ainda que não utilizará a questão religiosa como impulsionadora para sua campanha, quando buscamos a igreja buscamos por nossa fé, não por política, conforme informação do G1.

“Eu nunca utilizei religião na minha campanha. Acho que quando um ser humano, homem ou mulher, vai à igreja, ele vai tratar da sua fé, vai tratar das suas dignidades, sabe, ele não vai lá para discutir política. Eu não participarei disso”, afirmou Lula.

Lula complementa dizendo que busca os eleitores como cidadãos brasileiros, e não há restrições religiosas para abrir seus debates.

“Quero conversar com os eleitores brasileiros enquanto cidadãos brasileiros. A mim, não importa se ele seja evangélico, católico, seja da religião islâmica, judaica, se ele seja da matriz religiosa africana, sabe, não importa”, consta-se por Lula.

‘Guerra Santa’

Apesar das declarações do candidato à presidência pelo PT, os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), vêm disputando o voto dos evangélicos.

De acordo com as notícias do blog do jornalista Valdo Cruz, a equipe de campanha de Lula avalia que, para garantirem a vitória no primeiro turno, o grande desafio do ex-presidente será inverter a renúncia de votos entre o eleitorado dos grupos evangélicos para sua candidatura.

Em seu primeiro ato de campanha, no ABC Paulista, na última terça (16), Lula acenou para evangélicos e disse que Bolsonaro é possuído pelo demônio. Na noite desta quinta (18), em Belo Horizonte (MG), o ex-presidente acenou novamente a cristãos ao dizer que a Bíblia “tem que ser cumprida”.

Por outro lado, a equipe de campanha de Bolsonaro tem apostado na estratégia de propagar-se em uma ‘guerra santa’ para buscar o apoio de eleitores evangélicos desde o início de sua campanha.

O presidente conta com firmemente com o auxílio da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que tem participado de eventos ao lado do marido. Logo no começo do mês, ela subiu o tom e chegou a dizer que o Palácio do Planalto estava “consagrado a demônios”.

Avanço de Bolsonaro nas pesquisas

Segundo a pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (18), mostrou que Lula tem 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 32%. De acordo com a pesquisa existe a possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno. Isso porque o petista tem, segundo o levantamento, 51% dos votos válidos.

Nesta sexta-feira (19), Lula comentou o resultado do último levantamento, que demonstrou um aumento de três pontos para Bolsonaro. Para o candidato do PT, Jair Bolsonaro cresceu “dentro da margem” de erro. “Vi um crescimento que está dentro da margem, que pode cair na próxima pesquisa”, disse.

Em sua avaliação, a chapa Lula-Alckmin tem uma campanha “consolidada junto à sociedade brasileira”. “O voto já está consolidado. As pessoas já estão decidindo com muita antecedência”, declarou.

 

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