A menos de duas semanas do encerramento do mandato de Augusto Aras como Procurador-Geral da República (PGR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não definiu quem será o novo chefe do Ministério Público Federal. De acordo com assessores próximos ao petista, ele está avaliando dois candidatos: o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco e o subprocurador Antonio Carlos Bigonha.
Segundo o UOL, Gonet lidera a corrida para a PGR até o momento, destacando-se após seu desempenho no julgamento da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante o processo, Gonet defendeu com ênfase e fundamentação técnica a inelegibilidade de Bolsonaro.
Outro ponto que pesa a favor de Gonet é o apoio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que atualmente é um dos principais interlocutores de Lula no Judiciário.
Por outro lado, Bigonha também conta com o apoio de aliados de Lula para ocupar o cargo de PGR. O subprocurador ganhou notoriedade em 2019, quando pediu desculpas a ministros do STF por críticas feitas a eles por procuradores da Lava Jato de Curitiba, na época liderada por Deltan Dallagnol.
Nos dois primeiros mandatos, Lula optou por escolher o chefe da PGR a partir da lista tríplice votada pela categoria do Ministério Público Federal. No entanto, a tendência agora é que ele ignore essa lista, já que tanto Gonet quanto Bigonha não estão entre os mais votados pelos colegas. Augusto Aras, que tinha esperanças de ser reconduzido ao cargo, não tem chances de continuar na cadeira, segundo informações de interlocutores próximos do presidente.
Caso a nomeação não ocorra até a data limite, Elizeta Ramos assumirá interinamente a posição. No entanto, pessoas próximas ao presidente afirmam que essa seria apenas uma solução temporária, destinada a dar ao Senado o tempo necessário para sabatinar e aprovar o nome escolhido por Lula.
A subprocuradora-geral da República Elizeta é uma figura relativamente desconhecida para o presidente, portanto, não é vista como uma alternativa viável no Palácio do Planalto, sendo considerada apenas para um “mandato tampão”.