O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, de “fedelho” e afirmou que ele “encheu a cabeça” das pessoas de mentiras.
A declaração foi dada durante debate na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), enquanto o petista falava sobre o potencial do país na produção de combustíveis renováveis. Ele ainda fez críticas à operação Lava Jato, que resultou em sua prisão, em abril de 2018.
“Eu sonhava que o Brasil tivesse a terceira maior indústria petroquímica do mundo e queria que a Braskem fosse essa grande empresa. Apareceu a Lava Jato para destruir a Braskem. Em nome de quem? De um fedelho chamado Dallagnol, que encheu a cabeça de vocês de mentira, que conseguiu criar um mundo de mentiras”, disse Lula.
Nesta terça-feira (9), Deltan foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a ressarcir cerca de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos, pelos valores gastos pela força-tarefa da Lava Jato com diárias e passagens. Com a decisão, ele ficará inelegível por oito anos caso não consiga reverter o quadro.
Em seu discurso, Lula ainda desconstruiu as mentiras contadas pela Lava Jato, que dizia lutar pelo “fim da corrupção”.
“Qual é a indústria de engenharia que a gente tem hoje no país? Quantos anos a gente levou para construir uma indústria de engenharia que competia com os Estados Unidos? Que fazia as obras em Nova York, o aeroporto de Miami? Que estava tomando o mercado dos americanos no mundo árabe e na África? Cadê? Acabou. Em nome de quem? Em nome de que honestidade? De que corrupção?”, questionou o ex-presidente.
Lula é o quarto presidenciável a participar dos debates promovido pela Fiesp em conjunto com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Além do petista, também estavam presentes nesta terça-feira (9) o candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o coordenador do plano de governo, Aloizio Mercadante (PT).