O presidente Lula condecorou o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Alzeben, com a Ordem do Rio Branco, no grau Grã-Cruz, nesta terça (21). O embaixador de Israel, o bolsonarista Daniel Zonshine, foi ignorado pelo petista.
A entrega da condecoração ocorre em meio à guerra entre Israel e o Hamas. Zonshine vem sendo criticado, inclusive por membros do governo federal, por participar de ato na Câmara dos Deputados junto do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Embaixada de Israel promoveu um evento na Casa Legislativa para mostrar os resultados do ataque do grupo armado e, posteriormente, alegou que “somente parlamentares” foram convidados e que a presença do ex-presidente foi uma surpresa.
O presidente criticou as ações do Hamas, que promoveu um ataque no dia 7 de outubro, mas tem aumentado o tom contra Israel após os bombardeios a Gaza. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra”, afirmou o petista na semana passada.
Além de condecorar o embaixador da Palestina, Lula deu a honraria a outras personalidades estrangeiras, como ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Grace Naledi Mandisa Pandor; a ministra da Defesa do Suriname, Krishnakoemarie Mathoera; e a ministra da Defesa do Chile, Maya Alejandra Fernández Allende, neta do ex-presidente chileno Salvador Allende.
A primeira-dama, Janja da Silva, também recebeu a honraria do mais alto grau da Ordem do Rio Branco, concedida para “distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”. Ela não participou da cerimônia por “recomendações médicas”.
Ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal (STF), diplomatas, militares e artistas também foram condecorados. O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados no Amazonas no ano passado, receberam títulos póstumos de comendador da Ordem do Rio Branco.