O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (16) o aumento do valor do salário mínimo e da isenção do Imposto de Renda no país. O petista também mencionou que a faixa de isenção será aumentada progressivamente.
O salário mínimo terá um reajuste de 18 reais, indo de R$ 1.302 para R$ 1.320, enquanto a faixa de isenção subirá de R$ 1.903,98 para R$ 2.640, o equivalente a dois salários mínimos. As medidas valerão a partir de maio.
Lula confirmou CNN Brasil. A íntegra da entrevista vai ao ar às 18h desta quinta, mas a emissora já está divulgando alguns trechos.
“É um compromisso meu com o povo brasileiro, que vamos acertar com o movimento sindical, está combinado com o Ministério do Trabalho, está combinado com o ministro Haddad, que a gente vai em maio reajustar para R$ 1.320 e estabelecer uma nova regra para o salário mínimo, que a gente já tinha no meu primeiro mandato”, afirmou o presidente.
“O salário mínimo terá, além da reposição inflacionária, terá o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de você distribuir o crescimento da economia. Não adianta o PIB crescer 14% e você não distribuir. É importante que ele cresça 5%, 6% , 7% e você distribuí-lo para a sociedade. Nós vamos aumentar o salário mínimo todo ano de acordo com a inflação, será reposta, e o crescimento do PIB será colocado no salário mínimo”, acrescentou.
Os valores anunciados por Lula já eram cogitados, mas foi a primeira vez que o presidente afirmou de maneira concreta que a mudança irá acontecer.
“Vai começar a partir de agora, nós vamos começar a isentar a partir de R$ 2.640 e depois nós vamos gradativamente até chegar a R$ 5.000 de isenção”, disse.
A elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5.000 foi uma promessa de campanha de Lula. Ele já chegou a dizer que “briga com economistas do PT” para mudar a lógica dos tetos de isenção.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já defendeu que a mudança no Imposto de Renda deveria ficar para o segundo semestre, após a aprovação da reforma tributária.
Sem reajuste na tabela desde 2015, todos com renda tributável superior a R$ 1.903,98 por mês precisam pagar Imposto de Renda. Segundo estimativas, elevar a isenção para R$ 5.000 pode causar um impacto mínimo de R$ 100 bilhões, o que pode representar um prejuízo na arrecadação.