Em evento na última terça-feira (5), da Fundação Perseu Abramo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a classe média e falou sobre a elite brasileira. As declarações foram dadas em debate realizado pela entidade em parceria com a Fundação Friedrich Ebert e contou com a presença do ex-presidente do parlamento europeu Martin Schulz.
“A elite brasileira é escravista. Ela pode ser avançada em um debate em Nova York, visitando Paris. Mas aqui no Brasil a mentalidade dela é escravista. E nós temos que ter coragem de dizer isso”, disse o candidato à Presidência pelo do PT a Schulz.
“Nós temos uma classe média que ela é muito… Ela ostenta um padrão de vida que nenhum lugar do mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. Aqui na América Latina, a chamada classe média ostenta muito um padrão de vida acima do necessário”, continuou
O petista ainda discute questões futuras, em relação a um padrão de vida sustentável. “Na medida em que você não impõe um limite, você faz com que as pessoas comprem um barco de 400 milhões de dólares e compre um outro barco para pousar o seu helicóptero. O Brasil está em processo de construção. Ainda falta fazer tudo. Nós precisamos governar por muitos e muitos anos recuperando a cada dia para que a gente possa fazer o Brasil adquirir um padrão de desenvolvimento sustentável”, reiterou o ex-chefe do executivo.
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Lula critica bloqueio impostos ao governo russo
Na mesma ocasião, ao lado do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, Lula participou do debate “Brasil-Alemanha – União Europeia: desafios progressistas – parcerias estratégicas”, onde compara o bloqueio a Russia com uma arma de guerra.
“O bloqueio é uma arma de guerra tão poderosa quanto a bomba atômica porque ele não está prejudicando o russo, não está prejudicando os Estados Unidos. No nosso caso aqui do Brasil, da América Latina, está bloqueando quase todos os países, não só por conta do preço do petróleo, mas por conta dos fertilizantes e da proibição de vendê-los”, comentou
“Por que a Bolívia tem que sofrer esse bloqueio? Por que o Brasil? Então é importante que a gente discuta isso daqui para a frente”, continuou o candidato.
Lula também criticou a ONU (Organização das Nações Unidas). “É preciso, para o bem da humanidade, defender outra estrutura de governança mundial. A ONU de 1948 já não serve mais. A ONU não representa os anseios da humanidade”, afirmou. “Não tem sentido aprovar uma coisa no encontro da ONU e depois levar para dentro, nas nossas divergências internas para decidir. Não decide nunca”, completou.