Com um primeiro anúncio composto apenas por homens, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preparando a divulgação dos nomes de cinco mulheres para comandar outras pastas relevantes do ponto de vista orçamentário. A expectativa é que o segundo anúncio ocorra hoje, após a diplomação do petista e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF).
A previsão é de que a lista com os nomes das mulheres acabe incluindo os ministérios da Saúde (MS), da Educação (MEC) e do Desenvolvimento Social (MDS) que, juntos, somam um montante de R$ 509 bilhões do orçamento previsto para 2023 e estão entre os órgãos responsáveis pelo maior volume de recursos.
Na tarde deste domingo (11), o petista reuniu alguns aliados em Brasília para tratar da formação do novo governo com os indicados na semana passada como, por exemplo, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que assumirá o ministério da Fazenda (MF) e o governador Rui Costa (PT) nomeado para a Casa Civil.
Segundo interlocutores próximos de Lula, o novo anúncio será reservado às mulheres. As novas definições ainda estão acontecendo em meio a uma certa pressão dos petistas por mais espaço na equipe ministerial, especialmente, em pastas com maior orçamento e programas estratégicos, porém, por enquanto, os nomes soprados contemplam mais os partidos aliados do que o próprio PT.
Segundo o jornalista Daniel Weterman, do UOL, os aliados estão esperando, para esta semana, a confirmação da senadora Simone Tebet (MDB), aliada na campanha do petista no segundo turno das eleições, para o comando da pasta de Desenvolvimento Social. O ministério é responsável pela formulação de políticas destinadas à população em situação de vulnerabilidade social e pela gestão do Bolsa Família, o atual “Auxílio Brasil” do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Simone, durante sua campanha, foi firme na defesa de “programas robustos de transferência de renda” e chegou a fazer negociações com Lula para que o petista acatasse uma de suas promessas de campanha: a criação de uma “bolsa” destinada a estudantes do Ensino Médio. A senadora também reivindicou uma ação federal que diminua as filas na saúde.
Por outro lado, nessa área, a socióloga Nísia Trindade, presidente da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), é a mais cotada. Nísia foi um nome fundamental para a corrida da vacinação contra a covid-19 no Brasil com o governo Bolsonaro, que desencorajou a vacinação. A socióloga e pesquisadora poderá ser a primeira ministra da Saúde da história do País. Atualmente, ela já faz parte do governo de transição.
Nísia já não tem concorrentes para a vaga, segundo interlocutores do futuro governo. A missão de comandar uma campanha nacional de imunização contra várias doenças em janeiro deverá ser dela, segundo já afirmou o vice-presidente eleito.