O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversará, por telefone, nesta quarta-feira (4) com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. O petista afirmou que o tema o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
O telefonema ocorrerá um dia após Lula assumir o comando do Mercosul, formado por Brasil Argentina, Paraguai e Uruguai. O comando foi passado do presidente argentino, Alberto Fernández, que avaliou que petista “vai conduzir o Mercosul com coragem no próximo semestre”.
Sánchez, por sua vez, tomou posse, no último dia 1º, como presidente do Conselho da União Europeia. Tanto o mandato do chefe do Executivo brasileiro quanto o de Sánchez vão durar seis meses.
O presidente petista classificou o acordo entre os blocos como um dos “compromissos que já não podem mais ser adiados”. Segundo Lula, o premiê espanhol indicou que “seria importante fazer o acordo enquanto ele presidisse” a representação da União Europeia.
Lula também indicou que as condições do bloco europeu serão o tema principal do telefonema com Sánchez na tarde desta quarta. Ontem, o petista voltou a chamar de “ameaças” as condições impostas pela União Europeia para finalização do acordo e disse que não vai aceitar “imposições”.
“Vou conversar com o presidente Pedro Sánchez e vou tentar estabelecer com ele uma relação para ver se a gente consegue… Nós temos, no Brasil, um material estudado, temos que enviar para todos os presidentes que compõem o Mercosul para que a gente possa avaliar e quem sabe convocar uma reunião de ministros [do Mercosul] para poder definir o texto que queremos apresentar [como contraproposta aos instrumentos adicionais da União Europeia]”, afirmou Lula.
O acordo, negociado desde 1999, teve a parte comercial finalizada em 2019 e está em fase de revisão pelos países dos dois blocos. Lula também chama de “ameaça” o documento adicional apresentado pela União Europeia ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais.