Lula diz que falará com ministros sobre desembargador investigado por trabalho escravo

Atualizado em 17 de julho de 2024 às 18:40
O presidente Lula na 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula afirmou que falará com ministros do governo sobre o desembargador Jorge Luiz Borba, de Santa Catarina, suspeito de manter uma mulher em condições análogas à escravidão por pelo menos 20 anos. O caso foi revelado no ano passado e o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a vítima voltasse para a casa do magistrado.

Sônia Maria de Jesus (50) é uma mulher surda que trabalhou na casa do magistrado e de sua mulher, Ana Cristina Gayotto de Borba, por 41 anos e foi resgatada em uma operação feita na casa do desembargador. O presidente falou sobre o caso durante discurso na 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

“Como é que pode haver decisão para que essa pessoa que está há 41 ano na casa voltasse para a mesma casa? Em nome do quê? Em defesa do quê? Não quero criminalizar e julgar, mas a casa que ela trabalhava era de desembargador”, afirmou o presidente.

Sônia Maria de Jesus e o desembargador Jorge Luiz Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Foto: Reprodução

A vítima foi destacada durante o evento e o presidente afirmou que pretende conversar com o governo para entender a decisão do Supremo.

“Quero dizer para você que me interessei pelo caso e vou consultar alguns ministros para saber o que de fato está acontecendo. Se a sociedade para de deixar de acreditar nas instituições, nós sabemos o que pode acontecer nesse país”, completou.

No ano passado, o desembargador e a mulher se manifestaram sobre o caso. Eles negaram maus-tratos, alegaram que ela é considerada integrante da família e disseram que vão reconhecê-la como filha afetiva, com direitos como herdeira.

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