O presidente Lula afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quer “acabar com a Faixa de Gaza”. Durante café com jornalistas no Palácio do Planalto nesta sexta (27), ele ainda disse que o Hamas não é terrorista, mas cometeu um ato terrorista no dia 7 de outubro, durante ataque ao território israelense.
O petista também diz que o premiê israelense se esquece que Gaza não abriga somente membros do Hamas, mas também mulheres e crianças, “as grandes vítimas dessa guerra”, segundo ele. Lula usou o termo “terrorismo” para descrever as ações do Hamas há uma semana, mas explicou a posição do governo hoje.
“Não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o comportamento do Brasil. Ele só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como uma organização terrorista, porque ele disputou eleições da Faixa de Gaza e ganhou. O que é que nós dissemos? Que o ato do Hamas foi terrorista”, prosseguiu.
Lula ainda afirmou que “alguém tem que falar em paz” ao tratar sobre o conflito e criticou o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). “[A resolução do Brasil] foi aprovada por 12 de 15 votos e duas abstenções. É por isso que queremos acabar com o direto de veto. Achamos que os americanos, os russos, os ingleses, os franceses, os chineses, ninguém deve ter direito de veto”, completou.
A nova crítica a Israel se soma a outra declaração do início da semana, quando chamou o conflito de “genocídio”.
“Não se trata de ficar discutindo quem está certo e quem está errado, quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase duas mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, disse Lula na última quarta (25).