O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou nesta sexta-feira (2) que só vai assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia se os países membros aceitarem as condições impostas pelo Brasil, sendo a principal delas não permitir participação externa nas compras governamentais.
“A gente tem que apostar na empresa brasileira. Os europeus querem que o Brasil abra as portas para as compras governamentais”, afirmou Lula durante visita à nova fábrica da Eletra, que produz ônibus elétricos, em São Bernardo do Campo (SP). O petista está em São Paulo desde o início da manhã, onde cumpre agenda.
No discurso, ele voltou a cobrar dos países desenvolvidos recursos prometidos para ajudar o Brasil e outras nações em desenvolvimento a protegerem florestas e reduzirem danos ambientais e climáticos.
“Estou esperando até agora os US$ 100 bilhões”, destacou o presidente, que já havia feito a cobrança no início de maio, quando participou do encontro do G7, no Japão. De acordo com Lula, a promessa foi feita em 2009, na COP de Copenhague, mas até agora o dinheiro não chegou.
O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está em negociação há mais de duas décadas e a concretização dele é uma das apostas de Lula para o terceiro governo. O assunto esteve presente em todos os discursos do presidente brasileiro durante viagem à Europa, em abril, e em visitas de líderes europeus a Brasília.
O trato entre os dois blocos está em negociação desde 1999, e foi assinado 20 anos depois, no início do governo de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o documento ainda tem que ser ratificado.
Para entrar em vigor, o texto precisa ser aprovado pelos parlamentares de todos os países-membros dos dois blocos econômicos, além de passar por procedimentos internos de ratificação.