O presidente Lula escolheu quem vai ocupar uma vaga no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) durante o julgamento do pedido de cassação do ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR). O advogado José Rodrigo Sade vai completar a turma que analisa as denúncias apresentadas pelo PT e pelo PL.
O nome de Sade estava na lista tríplice aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e enviada para a decisão do presidente. A decisão do petista deve ser publicada nas próximas horas no Diário Oficial da União (DOU).
Após a nomeação, a data do julgamento da cassação de Moro deve ser marcada. O regimento interno do TRE-PR determina que o plenário precisa estar completo para decidir sobre casos como o do senador, que envolve acusações de abuso de poder e podem levar à perda de mandato.
No mês passado, três desembargadores deixaram o tribunal e apenas dois ocuparam cadeiras na última semana: o novo presidente, Sigurd Roberto Bengtsson, e seu vice, Luiz Osório Moraes Panza. A última vaga está vazia até a oficialização do novo nome.
Sade era tido como favorito e considerado o “menos pior” nos bastidores. O jurista já foi advogado do ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol, mas nunca foi um defensor ferrenho da Lava Jato. Ele vinha se articulando e chegou a conversar com integrantes do PT do Paraná antes mesmo de ser escolhido para a lista tríplice.
Ele já atuou como membro substituto do tribunal paranaense em 2022 e chegou a se declarar impedido de avaliar ações que envolviam Deltan. Sade é sócio de um escritório de advocacia de Curitiba (PR), pós-graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Direito Contemporâneo e aluno ouvinte da Harvard Law School.
Sade disputava a vaga com os advogados Graciane Aparecida do Valle Lemos e Roberto Aurichio Junior, ambos com ligações mais próximas com Moro e Deltan. O segundo chegou a dar decisões favoráveis ao ex-procurador quando era juiz substituto do TRE-PR.