Enquanto Lula tenta unir o país, com palavras de aconchego mesmo após quase dois anos preso injustamente, Bolsonaro segue dando cacetadas e dividindo.
O radioativo da caserna aprontou mais uma nesta sexta, 8.
Em Goiânia, onde foi visitar a sua cara metade Ronaldo Caiado, segundo relata o portal Voz do Cerrado, Jair pegou para cristo o prefeito da cidade, Iris Rezende, de 87 anos.
Ao se referir ao público da terceira idade em seu discurso, virou-se para Iris e tascou piada sexista antes das gargalhadas.
“Os mais antigos aqui, como Iris”, disse, rindo. “Mas o cara não fica velho não, né? Eu acho que está tudo funcionando por aí, da cintura para cima e da cintura para baixo também”.
Para variar, só o bobo da corte caiu no riso.
No mesmo momento, na capital do Paraná, Lula falava de amor ao lado da namorada e convidava as pessoas para ajudá-lo a discutir o país e encontrar soluções para velhos e novos problemas.
Vai ser difícil para Bolsonaro suportar a barra com o ex-presidente percorrendo o Brasil e falando diretamente com a população. Lula conhece as mazelas e tem sensibilidade social. Tem o que dizer e sabe dizer.
No primeiro dia após o cárcere, deu uma pista: não vai abaixar a cabeça.
Pelo contrário. Bem disposto e com a língua afiada, mostrou que vai pôr o dedo na ferida e juntar a tropa para fazer aposição de verdade.
Bolsonaro e os velhos generais não estão preparados para um embate nesse nível.
Paranoicos e irritados, lerdos de raciocínio e sem verniz, gostam de resolver as diferenças na base do prendo e arrebento. Quando não é na violência é na palhaçada pura e simples.
Bolsonaro já se indispôs no Peru, queimou o filme de Macri na Argentina e de Piñera no Chile, foi rejeitado pelo candidato da direita no Uruguai e aqui no Brasil vê seu relacionamento se reduzir a ponto de perder apoios até entre os generais.
Enquanto isso, Lula amplia.
Bolsonaro e os velhos generais têm tudo para estar de cabelo em pé.
Com Lula em campo, a chance deles entrarem na roda é quase certa. 7 a 1 vai ser pouco, pode escrever.