O deputado ruralista e candidato ao Senado por Mato Grosso, Neri Geller (PP), fez considerações sobre o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua entrevista ao Jornal Nacional.
Geller disse que foram “muito boas” as colocações do petista sobre o agronegócio e que isso o aproxima do setor.
“Ele falou três vezes do agronegócio e, inclusive, enalteceu o ex-ministro da Agricultura e empresário do setor Blairo Maggi. Por tabela, sem citar essas palavras, ele falou do crédito no mandato dele, falou da biotecnologia, da implementação do Código Florestal. Foi uma posição muito forte”, afirmou Geller, que foi ministro da Agricultura durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Para Geller, um dos interlocutores da chapa Lula/Alckmin sobre o agronegócio do Centro-Oeste, as referências utilizadas por Lula ao falar do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), dizendo que não é o mesmo de 30 atrás, contribuem diretamente para diminuir a resistência dos ruralistas ao ex-presidente.
“Ele colocou tudo em pratos limpos que o MST nunca invadiu terra produtiva e ajudou a fazer reforma agrária. Somos testemunhas disso. No governo dele, não houve nenhuma invasão em terras produtivas. Teve a reforma agrária, mas foi em áreas improdutivas. Mato Grosso é um exemplo disso”, declarou o deputado.
“A reforma agrária, desde que dentro da lei, é um instrumento importante para o País e Lula foi nessa linha”, acrescentou.
Ainda de acordo Neri, a repercussão da entrevista foi muito positiva. “A repercussão foi extraordinária, mas também tem os contras. Lula foi muito pacificador e mostrou que vai retornar o que fez lá atrás, aprovou biotecnologia, mercado internacional, diálogo”, disse o parlamentar.
“O que nós queremos é fazer abertura (de terras) dentro do que o Código Florestal permite. Queremos ter imagem de sustentabilidade no mercado internacional, o que valoriza a nossa produção. É exatamente isso que queremos. Lula foi muito feliz na sua posição”, encerrou Geller, ressaltando que as políticas de defesa ao Pantanal, à Amazônia e à Mata Atlântica defendidas por Lula estão em linha com as demandas do setor produtivo.