Marina Silva (Rede), candidata a deputada federal por São Paulo, criticou o uso da fé por partidos e candidatos, especialmente ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao site GGN, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, que é evangélica, disse que o o momento é de “manipulação perversa” pela campanha de Bolsonaro.

De acordo com ela, a estratégia adotada pelo comitê do presidente  é “péssima para a fé e é péssima para a política. Quando alguém mentirosamente diz que, se o presidente Lula ganhar as eleições, ele vai fechar as igrejas, isso é uma forma mentirosa que desabona a própria fé. Lula esteve no governo por dois mandatos, nunca fez isso.”

Marina afirmou também que não se deve entender o “povo evangélico como se ele fosse homogêneo, pois não existe essa homogeneidade no segmento. Existem diferenças, abordagem diferentes. Eu sou evangélica da Assembleia de Deus. Nas campanhas que fiz, uns diziam que eu era fundamentalista e outros, que eu era uma falsa crente. Isso foi muito complicado.”

“Mas quem visita o meu trabalho no Congresso sabe que eu nunca fiz do púlpito um palanque nem do palanque um púlpito”, acrescentou.

Marina ainda destacou na entrevista ao GGN que é a separação entre Estado e religião em tempos eleitorais é primordial. Para ela, é preciso reiterar que “preconceito e mentira não têm base nem no Código Civil, nem na Constituição e, para os cristãos, nem na Bíblia.”

“O apóstolo Paulo diz: ‘não é judeu nem grego, não há servo nem senhor, não há macho nem fêmea, porque todos são em Cristo, Jesus’. Quem quiser ser preconceituoso, seja por sua conta, não venha usar a Bíblia para mentir, ser homofóbico, racista, machista, nada! Essas pessoas desabonam a fé cristã, inclusive quando levam uma arma enorme para a Marcha por Jesus. É isso tipo de coisa que muitas pessoas cristãs, evangélicas, católicas, espíritas estão vendo que há uma grande contradição e não estão entrando nessa canoa furada”, disse.

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